terça-feira, 28 de maio de 2013

Sextilhando a saudade

Surgiu do meio do nada
Quem tudo trouxe pra mim
Presente da minha estrada
E o passado do meu fim

*

Saudade é um vento distante
que toca o corpo da gente
Quando menos se espera
Ela chega de repente
Batendo a porta do peito
Deixando tudo carente.

*

A vida do solitário
Solitária também é
Sem ter um amor do lado
Não há modo, meio ou fé
Se me ausento do sertão
Pra trazer inspiração
Só voltando a São José.

*

Saudade é uma linda abelha
Que faz seu mel devagar
Busca longe inspiração
E ao encontrar tal lugar
Faz seu enxame presente
Pousa no peito da gente
E nunca mais quer voar.

*

Quem desenhou a distância
Não sabe o que é sentir medo
Deve pensar que a estrada
Seria só um brinquedo
E nesse enredo eu aprendo
Nunca vi ninguém roendo
Que não revele um segredo

*

Vida tristonha e medonha

Que deixa o peito carente
Traz a distância pra perto
Quando chega fica ausente
E dá vida para a saudade
Matar o peito da gente

Renato Santos

Sentir saudade

Quando o presente é passado
Parando a vida que anda
O nosso mundo desanda
E tudo fica parado
Quem para fica cansado
De correr na solidão
Mas é fácil a solução
Quando o amor nos invade
É saber sentir saudade
Batendo no coração.

Renato Santos

Uma gota de amor que ela me der São trezentos motivos pra sorrir

Um olhar e um sorriso diferente
São chamados que o corpo denuncia
O seu jeito traduz uma poesia
Que completa o meu ego de repente
Feito um cego eu tentei ser um vidente
E acabei bem pior por me iludir
No amor dessa linda fui cair
Uma linda menina, uma mulher
Uma gota de amor que ela me der
São trezentos motivos pra sorrir

Renato Santos

História de amor

Procurei encontrar inspiração
Encontrei nos resquícios da memória
Um passado marcando a nossa história
E um amor nos arquivos da paixão
Encontrei em teu riso a sedução
E a magia maior no teu olhar
Um passado tão lindo de lembrar
Nossa história se fez pelo calor
E pra explicar para o mundo o nosso amor
Só com Cristo descendo pra ajudar

Renato Santos

quinta-feira, 9 de maio de 2013

Verso e Reverso


Verso e Reverso
*
Estrofe 1

Se nunca quis me amar, teu peito, porque deu?
Se o problema fui eu por que não quis falar?
Quem quis se amedrontar não sabe o que perdeu
Mas já que o erro é teu não posso reclamar

Errou por confiar não quis o amor meu
Se já se arrependeu agora quer me amar
Eu posso perdoar teu desatino ateu
Visto que se rendeu quer se apaixonar

Você trouxe sem ver amor para meu peito
Agora não tem jeito devo me render
Mas deves entender que o amor é quem completa

Na voz de um profeta pra tudo tem um jeito
Teu único defeito foi querer não querer
E assim por não querer ganhaste esse poeta
*
Verso e Reverso
*
Estrofe 2

Se nunca quis me amar,                 Errou por confiar
Teu peito, porque deu?                   Não quis o amor meu
Se o problema fui eu                      Se já se arrependeu 
Por que não quis falar?                   Agora quer me amar
Quem quis se amedrontar               Eu posso perdoar
Não sabe o que perdeu                   Teu desatino ateu
Mas já que o erro é teu                   Visto que se rendeu
Não posso reclamar                        Quer se apaixonar


Renato Santos

A distância a Saudade e o Amor

A distância é cruel e é covarde
Nos machuca e nos fere o coração
Quando chega nos mata de paixão
Quando parte nos deixa com saudade

Se não fica não deixa liberdade
Quando fica tem gosto de prisão
Quando volta a partir deixa a ilusão
E vai levando da gente uma metade

Se a metade que fica causa o pranto
O meu peito se afoga e sofre tanto
Que eu nem sei se é saudade que me afeta

Se a distância é sinônimo de amor
Você pode dizer que sente dor
Mas não sente do tanto de um poeta

Renato Santos

Bebendo saudade


Como todas as dores são iguais
Minha dor é igual o teu sorrir
Sofro aqui mas não devo me iludir
Num romance de tantos desiguais
Eu tão tolo no amor querendo mais
E você tão robusta na vontade
Inocente demais pela idade
Vai querendo provar todos sabores
Mas não podes provar vários amores
Sem provar da bebida da saudade

Renato Santos

MÃE


No teu colo dormi quando criança
Soluçando lampejos de agonia
Encontrando em teu riso a esperança
Toda dor se passava e eu sorria

Hoje eu tenho humildade por herança 
E no peito carrego a alegria
Teu sorriso servindo de fiança
Que me faz libertar esta poesia

Bem queria voltar para teu feto
Onde tive guarida como teto
E o teu colo curava a dor que eu tinha

Se não posso voltar só há um jeito
Vou fazer o teu ventre ser meu peito
Para sempre guardar-te mamãezinha

Renato Santos

terça-feira, 7 de maio de 2013

Pode até não dizer que sente falta Mas saudades vai ter por toda vida


Entre a lágrima que escorre em pleno pranto
Nasce a força maior de um sentimento
Advinda, porém, do sofrimento
Escondida, também em qualquer canto
Entre o choro e o amor nasce o encanto
Que provoca mais choros na partida
Um adeus demarcando a despedida
E uma angústia no peito se ressalta 
Pode até não dizer que sente falta
Mas saudades vai ter por toda vida

Renato Santos 

Julgando


Muitos pensam que é tudo apenas flores
Na estrada que fez o meu caminho
Nem se quer caminhou sobre o espinho
Não foi mira dos muitos caçadores
Ou sentiu a metade de minhas dores
E se acha expert pra entender
Nem se quer sabe em vida o que é sofrer
Nem passou o que eu tive que passar
Você tem o direito de julgar
Mas não pode julgar sem conhecer

Renato Santos
 — com Raquel Mello

Posso até não ganhar teu coração Mas o resto do corpo já foi meu

Você foi escolhida pra escolher
Entre três opções de lealdade
Dar amor, dar carinho e ter vontade
E meu poço de sonho abastecer

Fui tão claro e te fiz compreender
Ou ficava e me amava de verdade
Ou partia e provava da saudade
Que o teu peito teria que acolher

Mas você escolheu outra opção
Nem partiu, nem ficou, nem deu paixão
Me deixando e fingindo que esqueceu

Só te deixo um cenário de ilusão
Posso até não ganhar teu coração
Mas o resto do corpo já foi meu

Renato Santos

Cenário

Os teus beijos borrados de batom
São a prova do amor que nós trocamos
E o retrato da noite que passamos
Permanece no cheiro do edredom

Teus sussurros causando um belo som
No cenário de amor que festejamos
E o mais belo desenho que pintamos
Esculpiu-se em teu corpo em tom marrom

Os olhares picantes, sem medidas
Tantas frases caladas entendidas
Cada pêlo do corpo arrepiado

Com o cheiro no ar de tentação
Nossos corpos fazendo a união
Este foi meu cenário de pecado

Renato Santos

segunda-feira, 6 de maio de 2013

Não durmo mais sem rezar

Se o nosso amor teve fim
Eu não te devo desculpa
Não fui eu quem teve culpa
De te ver sozinha assim
Colocando a culpa em mim
Por nosso sonho acabar
Tu não sabe o que é amar
Te vi em sonhos te digo
Se ontem sonhei contigo
Não durmo mais sem rezar

Vou pedir a proteção
Do meu anjo mais divino
Para que em meu destino
Não haja mais ilusão
Ter outra desilusão
Quanto o contrato é sonhar
Só penso que ao cochilar
Sonhar contigo é castigo
Se ontem sonhei contigo
Não durmo mais sem rezar

Renato Santos

Sextilhando a saudade

Hoje os gritos da saudade
Ficam presos na garganta
É melhor ficarem presos
Saindo a todos espanta
Tem quem canta mas não diz
E tem quem diz mas não canta

Eu mesmo sofro de um mal
Que maltrata de verdade
Surgiu ninguém sabe onde
E onde chega ele invade
Divulguem todos seu nome
Esse mal é a saudade

Quem ama e não é amado Sozinho sofre também

Quando se trata de amor
Um coração não convém
Ficar tomando sozinho
As dores de outro alguém
Quem ama e não é amado
Sozinho sofre também

Renato Santos

Soneto

Desatino as lembranças do passado
Pois lembrança é somente o que restou
E a distância porém só aumentou
Construindo um amor desmoronado

Um começo tão certo e um fim errado
Um amor que no fim desmoronou
E a lembrança foi tudo o que ficou
Entre as brechas de um peito apaixonado

Só ficaram destroços da paixão
E um poeta colhendo a ilusão
Nos escombros da vil fatalidade

E o castelo ao ruir perdeu a cor
De que vale eu mexer no nosso amor
Se a poeira que volta é de saudade

Renato Santos
Não admiro a cobiça
Do homem que trai a amada
Nem vivo preso a detalhes
Mas a lembrança é pesada
E nem sei como é que se vive
Sem ter saudade de nada

Renato Santos

No mote de Pedro Bandeira

Relembrando o cenário do sertão
Cinco e meia da tarde o céu se pinta
E o crepúsculo nas nuvens feito tinta
Dão um ar de alegria e de emoção
Surge um cheiro de amor e de paixão
Quando a lua despeja o brilho seu
Onde o raio do sol já se perdeu
E o escuro surgiu como uma fonte
Vi a noite enlutando o horizonte
Com saudades do dia que morreu

Glosa Renato Santos
No mote de Pedro Bandeira

Não existe cenário mais bonito Que uma noite de lua no sertão

As estrelas no céu moldando as cores
Um romântico fazendo uma seresta
O olhar da mulher fazendo festa
No feitiço que envolve os dois amores
Um poeta pra dama entrega flores
Despertando em seu peito uma paixão
E a amada se entrega na ilusão
De encontrar em seus braços o infinito
Não existe cenário mais bonito
Que uma noite de lua no sertão

Mote de Pedro Bandeira
Renato Santos

Amar sem pedir favor

Eu admiro a coragem
De alguém que sofre calado
Ama sem pedir amor
Doa amor sem ser lembrado
Existe só para amar
E ama sem ser amado

Renato Santos

Sextilhando

Saudade quando maltrata
Deixa um cheiro de pecado
A alma pedindo amor
E o peito fragilizado 
Um poeta sem poesia
E um coração maltratado

Renato Santos