sábado, 19 de julho de 2014

VIDA DE POETA


Quando a gente se arrepende
E não quer explicação
Peito chora e a mente pende
Nos caprichos da ilusão
Feito uma faca afiada
Deixou minha alma cortada
E rompeu os ligamentos
Que o peito tinha em comum
Me tratou por qualquer um
E desprezou meus sentimentos
Uma rua e uma calçada
Foi o palco de nós dois
Lá nós não fizemos nada
Pois deixamos pra depois
Mas o futuro é incerto
Nosso caso não deu certo
E o depois se transformou
Chances nós bem que tivemos
Mas passaram, nós perdemos
E a semente não vingou.
Foi na praça aquela noite
Que fitei teus caracóis
Três corpos, finos açoites
Não podemos ficar sós
Tivemos por companhia
Uma mãe, a estrela guia
Sob o céu da imensidão
Eu mexi na tua unha
E a lua foi testemunha
Daquela linda união
Esqueceu tudo o que eu fiz
Pra te ver de qualquer jeito
Hoje sou mero infeliz
Com tremenda dor no peito
Pelo nome que almeja
Me jogou feito cerveja
Quando espuma e então esquenta
Mas a vida é dessa forma
Sem capricho faz reforma
E o antigo se arrebenta

Só restou pra despedida
Um abraço sem paixão
Dois amantes e uma vida
Que vai sofrer mutação
Uma grande psicose
Vai sofrer metamorfose
E o casulo se rompeu
A borboleta voou
O casulo ali ficou
E a lagarta não viveu

Vou rastejar muito tempo
Até pensar em mudar
Vou passar o passatempo
Para o tempo não passar
Quero mudar minhas cores
Mas quero ter meus amores
Com o mesmo idealismo
Ser borboleta sem flor
Procurar um novo amor
Nos jardins do otimismo
Isso é VIDA DE POETA
Que se perde em qualquer cena
E eu me perdi na reta
Das curvas da flor morena
Seu sorriso ainda vejo
Mas não sei sobre seu beijo
Seu olhar me faz sonhar
Não te beijar foi meu crime
E vou pagar esse regime
Enquanto o peito pulsar
E eu pensando ter achado
A metade que faltava
Foi um sonho imaculado
E à muito eu não sonhava
Foi um sonho muito lindo
Mas no fim te vi sorrindo
Com um sorriso encantador
Meu peito ficou chorando
E vai viver lamentando
Pois não viveu esse amor
Se quiser me procurar
Sabe onde é minha morada
Pode vir que vou deixar
Minha porta destrancada
Mas eu vou botar um cofre
Pois meu peito ainda sofre
Vou te guardar junto as flores
Pra quando me visitar
Eu te abraçar sem contar
Do cheiro das minhas dores.
Ah se Deus me respondesse
E me desse explicação
E o meu anjo aparecesse
Com teu corpo em meu colchão
Não sabendo o que fazer
Eu iria agradecer
Por esta obra completa
Desculpem se errei na métrica
Mereço a cadeira elétrica
Pois meu crime é ser poeta

Nenhum comentário:

Postar um comentário