quinta-feira, 5 de maio de 2016

SEXTILHA EM GALOPE

A lua de prata foi nossa aliança
E o céu foi o palco das nossas ternuras
As ruas de pedras foram passarelas
E algumas esquinas motel de loucuras
E as constelações foram testemunhas
Dos 'sins' meus e seus repletos de juras


Provei em seus lábios milhões de doçuras
Beijos coloridos de amor e carinhos
Carícias trocadas no meio da rua
Porém tão intensas qual fossem nos ninhos
Que só dois amantes verdadeiros loucos
Fariam pensando estarem sozinhos


Sem temer perigos igual passarinhos
Que vivem na mira do vil caçador
Entramos na mira do peito um do outro
Acertando em cheio as artérias do amor
E o sangue jorrando nos corpos suados
Foi devido aos lances de ardente calor


No fim seu perfume igual a uma flor
Ficou em meu corpo feito tatuagem
Abri minha mente senti teu aroma
Fechei os meus olhos e vi tua imagem
Depois me afoguei no teu corpo insano
Imenso oceano, perfeita paisagem.


E nesse delírio notei de passagem
Teu corpo sumindo em meus devaneios
Sem sentir teu cheiro, sem ver teu sorriso
Sem sentir o toque macio dos teus seios
Em um turbilhão de angústias e trevas
Acordei frustrado sentindo aperreios


Tentando dormir de todos os meios
Querendo te ver outra vez na vida
Eu fechei meus olhos, em vão, foi perdido.
Senti o desgosto tal como a ferida
Que antes de sarar magoa de novo
E a minha esperança mostrou-se perdida.


Renato Santos

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